terça-feira, 4 de outubro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
poema de MIA COUTO
É vitalício: comer a Vida
deitando-a entontecida
sobre o linho do idioma.
Nesse leito transverso
dispo-a com um só verso.
Até chegar ao fim da voz.
Até ser um corpo sem foz.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
CAI A MÁSCARA DA FEIRA DO LIVRO
ESCORRAÇADA
DA PRAÇA?
Na sexta-feira, 12 de novembro, às 19h40, a poeta Telma Scherer, que fazia uma performance poética na Feira do Livro de Porto Alegre foi detida, arrastada por policiais de forma arbitrária até o Posto do 1º Batalhão da Brigada Militar no Mercado Público e impedida de continuar a exercer sua arte.
Ora, a referida feira é um evento de caráter comercial que entretanto vem se revestindo de um verniz cultural para desta forma obter verbas públicas através das diversas Leis de Incentivo à Cultura. Também dessa forma obtém permissão para ocupar a praça pública.
A violência com uma poeta não se justifica de forma alguma. Tampouco o desrespeito com a arte e a cultura. Cai a máscara da Feira do livro.
A cultura, a arte e a poesia são livres por princípio.
Instituto Machado de Assis
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
de 11 a 17 de outubro de 2010, um dos maiores eventos de poesia do Brasil
Poesia e Artes Plásticas
Poesia & Tecnologia
segunda-feira, 17 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
terça-feira, 24 de junho de 2008
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
VÍDEO PORTOPOESIA
1º PORTOPOESIA, Festival de Poesia de Porto Alegre, RS, Brasil,
nos dias 27/28/29/Set/2007, com pré-lançamento em 04/Set/2007.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
AGRADECIMENTO AOS PARTICIPANTES
Agradecemos sua participação no Porto Poesia, que muito contribuiu para que o mesmo fosse um grande sucesso, e esperamos contar com a sua colaboração no próximo.
Gostariamos de saber o que, na sua opinião, poderia melhorar o evento, solicitando retorno via e-mail.
Um grande abraço
Pela organização
Eduardo Degrazia - Eliane Marques - Elvio Vargas - Deborah Pagano - Isaac Starosta - Jaime Medeiros Jr. - Marco Celso Viola - Mario Pirata - Sarah Goulart - Sabrina Lindemann - Sílvia Rocha - Sidnei Schneider - Telma Scherer
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
CLIPAGEM PORTOPOESIA (3)
terça-feira, 2 de outubro de 2007
NÃO POSSO ACEITAR PORTO ALEGRE SEM POEMAS!
Ah, a poesia nos seus mais variados suportes...
quem esteve presente agradou-se, agradeceu.
Posso dizer o que penso? ...Gostei! Foram importantes os aprendizados, os contatos, a alegria e seriedade do encontro. Havia gente querendo estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. E a casa encheu-se de tanta POESIA!
Foi a maior alegria.
Tenho esta tendência de me doar para o que amo e o PORTO POESIA foi a mais pura irreverência.
Quero mais...
poesia cantada, palestrada, declamada, interpretada...
quero a POESIA “v a l o r i z a d a”!
...Só me resta lastimar pelos que se fizeram ausentes e agradecer sinceramente aos organizadores, batalhadores e incentivadores do evento.
Que a POESIA se faça presentemente necessária
Que em nossa cidade, em nosso meio, sempre hajam Celsos, Sidneis, Degrazias, Starostas, Jaimes, Beatrizes, Piratas...
que não nos faltem “guerreiros”!
Quanto aos poETs, que tragam ano que vêm visitantes, curiosos e adoradores de outros mundos também!
Que o movimento provoque uma avalanche de ondas...
de águas
claras consciências...
marolas de poesia em nosso pensar literário!
Abraços à todos e meu sincero agradecimento,
Já aguardo ansiosa o PORTO POESIA II
Maira Knop
Relações Públicas/Poeta
Porto Alegre, outubro de 2007
PROGRAMAÇÃO
- ENTRADA FRANCA (com retirada de senha uma hora antes de cada atividade)
Agenda para escolas:
Eliane Marques anecabral763@hotmail.com fone: 93318217
Mario Pirata: mar.rio@terra.com.br fones: 3812890/98144841
Assessoria de imprensa: Sara Goulart: sarahgou@terra.com.br - (51) 91087621
Contato para comercialização de livros: Calle Corrientes, com Miguel, Rua Uruguai, 35 sala 231- horário comercial - fone 32260995.
(PS. Critério pra colocação dos livros: estar participando do Porto Poesia.)
–DIA 27/09 – QUINTA-FEIRA
Auditório Barbosa Lessa - 4º andar
14h00 às 14h45 - A LINGUAGEM DO POETA E A SÍNTESE INTERIOR (uma rota de aprendizagem) com Marilice Costi
15h30 às 16h30 - POR QUE NÃO SE LÊ POESIA, SUGESTÕES PARA UM LEITOR INICIANTE com Armindo Trevisan
16h45 às 17h45 - A TRADUÇÃO DA ODISSÉIA com Donaldo Schuler
18h às 19h - BREVES ABORDAGENS E LEITURAS SOBRE POETAS DA FRONTEIRA com Élvio Vargas, Liana Timm (POESIA: QUE TERRITÓRIO É ESTE)
19h30 às 20h30 - RAUL BOPP com Maria do Carmo Campos e José Degrazia
20h30 às 21h00 – recital DUAS LATITUDES DIFERENTES: BORGES & FERNANDO PESSOA com Luiz Coronel (não aconteceu)
21h - SARAU LÍTERO-SONORO com a Confraria Vaia
Sala O Retrato - 4º andar
14h às 14h45 - SUREADO: UMA NOVA FORMA DE ORIENTAR-SE com Washington Goularte, poeta e músico uruguaio
17h às 17h45 - PROJETO LEITURA E LIBERDADE com Maira Beatriz Engers
18h às 18:45 - A DUPLA CHAMA: POESIA E GÊNERO com Dilan Camargo, Telma Scherer e Mara Bellini
20h às 20h30 - O RUMOR DA CASA performance com Telma Scherer.
Sala de Pesquisa - 2º andar
10h às 12h - Oficina POESIA DE CORDEL – NAS ORIGENS DA CULTURA POPULAR (1/3) com Suriel Moisés Ribeiro
20h30 – RITUAL POÉTICO EM SEIS MOVIMENTOS com Graça Carpes (RJ)
DIA 28/09 – SEXTA-FEIRA
Auditório Barbosa Lessa - 4º andar
15h às 15h50 - Espetáculo QUANDO A POESIA CANTA (infantil) com Mario Pirata e Karine Cunha
17h às 17h45 - A POESIA DE ISAAC STAROSTA com Alberto Crusius, Isaac Starosta e Silvia Maria Rocha
18h00às 18h45 - PAULO HECKER FILHO – painel com José Degrazia
19h às 19h45 - VERSOS PARA INSTRUMENTOS DE CORDAS - Sarau poético-musical com Idésio de Oliveira, Ida Celina e Angelo Primom
20h - RECITAL NELSON REALISTA, TEATRO DE ANATOMIA com André Arieta, Sérgio Ribeiro e Gustavo Groove
21h - Sarau GRUPO TEIA com Diego Petrarca, Lorenzo Ribas e Telma Scherer
Sala O Retrato - 4º andar
14h às 15h30 - POESIA E POETAS NA SALA DE AULA com Gláucia de Souza, Rita Cavalcante e Marlon de Almeida (Aplicação/UFRGS)
16h às 18h - OFICINA DE SENSIBILIZAÇÃO POÉTICA com Graça Carpes
19h30 - A NOVA POESIA NÃO EXISTE com Marco Celso Viola e Jaime Medeiros Junior
Sala de Pesquisa - 2º andar
10h às 12h - Oficina POESIA DE CORDEL – NAS ORIGENS DA CULTURA POPULAR (2/3) com Suriel Moisés Ribeiro
17h às 17h30 - A NEGRA AMA JESUS: O GALO REZA O PORTO-CRUZ com Marcus Minuzzi
18h30 às 20h - OFICINA DE POESIA DO GRUPO CERO - Escola Brasileira de Poesia Grupo Cero
DIA 29/09 - SÁBADO
Auditório Barbosa Lessa - 4º andar
14h às 14h45min - Filme: "A POESIA NÃO SE ENAMORA NUNCA" (produção espano-argentina) Dir. Miguel Oscar Menassa - Grupo Cero
15h às 15h45 - POETISAS DO BRASIL do grupo CONFRARIA DAS BORBOLETAS, da Casa do Poeta Rio-Grandense
16h às 16h45 - GRUPO QUIXOTE – O ETERNO RETORNO com Soraya Bragança
17h às 17h45 – ENCONTRO com Nei Duclós
18h às 18:45 – POESIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL: LILA RIPOLL com Maria Carpi
19h às 19h45- POESIA CRÔNICA (leitura-performance) com Fabrício Carpinejar
20h - A POESIA DE OLIVEIRA SILVEIRA com Sirmar Antunes e Vera Lopes
20h30 - OLIVEIRA SILVEIRA com Oliveira Silveira e Ronald Augusto
21h - RECITAL POÉTICO-MUSICAL Com OS poETs
Sala O Retrato - 4º andar
10h30 às 12h - OFICINA: POESIA É BRINCADEIRA com Christina Dias e Marô Barbieiri
14h às 14h45 - A POESIA E A CRIANÇA com Christina Dias e Marô Barbieiri
15h às 17h45 - SAINDO DA GAVETA com Jorge Rein, Viviane Juguero, Letícia Schwartz, Sidnei Schneider, Paulo Ribas, Bruno Paiva, Cezar Dias, Américo Conte, Rafael Trombetta, Manoel Burigo, Maira Knop, Marcus Minuzzi, poetas presentes e público
18h A POESIA DE JOSÉ DEGRAZIA leitura com Mario Pirata
Sala de Pesquisa - 2º andar
10h às 12h - Oficina POESIA DE CORDEL – NAS ORIGENS DA CULTURA POPULAR (3/3) com Suriel Moisés Ribeiro
15h às 16h30 - OFICINA DE POESIA DO GRUPO CERO - Escola Brasileira de Poesia Grupo Cero
17h - A TÉCNICA DO LIVRO com Paulo Tedesco (Editora Nova Prova)
MOSTRAS E ESPAÇOS DE AÇÃO:
Memorial Erico Verissimo – 3º andar
O AR DA POESIA - Uma seleção de acervos de poesia em suportes variados, da produção poético-visual alternativa, nacional, nos últimos 30 anos. - Curadoria de Mario Pirata e Sabrina Lindemann / Museografia de Sabrina Lindemann, Eunice Rezende e Tábita Wittmann
(A Exposição estará aberta para visitação do público em geral, da partir de 5 a 29/9, terças e sextas das 10h às 19h e sábados das 11h às 18h).
Foyer – 4º andar
BALA BALEIRO - Instalação de poesias em cartuchos usados de balas de revólver e resíduos de pólvora. De Celso Sant’Anna
POESIA VISUAL – POEMATIA E CHÁS POÉTICOS com Graça Carpes
Caffè Di Trento da CCCEVESPAÇO DE LEITURA E FALAÇÃO DE POEMAS - Durante o evento, os participantes e visitantes terão a oportunidade de agendar apresentações e intervenções.
Organizadores: Cristiane Cubas (51-93654290), Gerusa Marques (51-84172697), Lorenzo Ribas (51-92134421).
Informações, inscrições, contatos:
Deborah Pagano: (51) 30296110 / (51) 99611664, kyronarq@terra.com.br
No blog: http://portopoesia.blogspot.com/ - No site: http://www.cccev.com.br/
domingo, 30 de setembro de 2007
VARAL VIRTUAL - ISAAC STAROSTA
POEMAR?
Isaac Starosta
Fazer poemas?
Mas pra quê se todas as coisas
estão quietas nos lugares certos
sem qualquer inquietação maior?!
Fazer poemas? Pra quê?
Se já existem tantos e os poemas
até hoje não conseguiram o milagre
de uma criança brincando
de um casal namorando ao sol
de uma bola entrando mansamente em gol!
Pra quê poemas
se esses monstros sutilíssimos jazem
empoeirados num canto da memória
sem nunca se saber quando como e para quem
um dia surgirão?!
Pra quê, se um deles agorinha por aqui passou
e eu, distraído, caneta na mão, procurando o poema,
não acertei na sua direção?!
A poesia passa depressa, não pensa
na dor da saudade que vai deixar.
A poesia é o momento que passa
e até se contenta em ser
constantemente o que não é.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
VARAL VIRTUAL - TELMA SCHERER
Vampira! Te afasta!
Sugaste o meu sonho de pronto
Quiseste beber minha luz
Fizeste o teu santo milagre
E eu magra carrego tua cruz?
Vampira! Te enoja!
Corre fora de ti e tua gente!
Corre logo! Não dança, não geme,
Não treme de medo e de orgulho
Te engolfo e no mar eu te engulo
Na boca da água-viva
No centro dessa saliva
De fogo, sua sonça!
Vai catar a tua pedra na esquina!
Vê se te mira!
Te afasta, vampira!
.............................................
os livros mais grossos
param de pé
as folhas ao vento
dançam
..............................................
prometi pensar coisas felizes
mas matei duas baratas
elas duas desbaratinadas
meu havaianas verde
prometerei outra coisa qualquer
prometerei amar
eles tocam no natal músicas pra deprimir
tocaram Bach e Beethoven eu quis chorar
por que natalizar?
não me deram presente algum
para abraçar nenhum corpo
fantasmas-conceito rondam, todos tristes
se ao menos eu matasse com a frieza dos psicopatas!
se matasse todo dia uma mosca ou barata
talvez fosse pro inferno
no inferno não deve haver natal, Bach e Beethoven
talvez lá promessas sejam cumpridas
mesmo que maléficas
no inferno não deve haver corpos para abraçar
talvez nem a necessidade
matei duas baratas
só hoje
VARAL VIRTUAL - CARMEN SILVIA PRESOTTO
Cais alegres
linguagens
Penélopes dragam as mil pedra de um Porto
Ares
da sombras
que, entre mastros navegantes,
somo às noites de Genis
acolho a todas
que suam, partilham suas dores....
No trilho das palavras
uma parto solta a língua
atravessando a maré,
dissolve grávidas odisséias
porto em poesia
:
é criação!
Helenas
me retornam os passos
da seta sutil,
desatamos o nó marinheiro...
Três mulheres ao léu,
o tempo segue o tule dos tempos.
Porto Alegre, 15 de setembro de 2007.
Varal Virtual - Neli Germano
1.
MULHER EM CONSTRUÇÃO
Escandalizo.
Debando a solidão.
Agrido a alma e, por pouco,
não quebro o espelho.
Por que, por que exiges de mim
tamanha transparência, lisura?
Permite-me ser profana,
ser uma simples terrena.
Não, não exijas de mim o martírio
a beatificação - sou pequena.
Susta minha desventura -
meu falso céu.
Deixa-me tecer uma nova verdade.
Alivia minha inquietação e,
se não puderes abarcar minha
dor, vasto é o caminho: vai-te
embora, para que não me transforme
em espectro de mulher.
Quero prover o alimento do meu prazer.
Respirar aliviada.
Ser porta-estandarte
sem manto - sem véu.
Caracterizar minha passagem:
Ser mulher em construção.
2.
PortoPoesia
cais do Poema
em-barco-em-prosa
embarquemos
a sobra da Palavra
Só sobra
3.
SEMÂNTICA
Porta vem de porto (?)
Prefiro o Porto,
com seu vai-e-vem
suas entregas
seu abrigo,
à porta,
com seus ferrolhos
seus rangidos.
Varal Virtual - Virgínia Rocha (Grupo Cero)
Oceano
Oceano sem margens à vista
onde submersas algas são ar/espaço.
Quem disse, alguma vez até aqui água
Dis.curso/lucidez ou delírio/
archote, arcanjo./Navios-ossos
os peixes lambem/dessalgam
Sepultura.
Quem disse alguma vez até aqui tudo
Sem margens o tempo: estás aqui/
Virgínia Rocha (Grupo Cero)
domingo, 23 de setembro de 2007
VARAL VIRTUAL - FABIO GODOH
não há poesia em poeta contido
feito o poema, o poeta cai fora
e leva consigo o poema perdido
medo por dentro, poeta por fora
não há poesia em poema fingido
feito o poeta, o poema cai fora
e leva consigo o poeta traído
poema por dentro, medo por fora!
encara-te a frio, poeta vencido!
poeta por dentro, silêncio por fora
só há poesia em poema não lido
disse o poeta
(covarde rotina)
o melhor do poema
é a última rima
disse o poeta
(e perdeu a piada)
o melhor do poema
é quando ele acaba
morta a charada!
(o poeta termina)
a piada é profunda
a rima, cretina
morta a charada!
(o poeta se afunda)
e erguemos a bunda
da gorda almofada
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
VARAL VIRTUAL - ÍTALO OGLIARI
meu filho é guloso
muito guloso mesmo
na primeira mamada
na manhã de um mormaço de março
mamou o silicone da mamãe
.
para dizerem telha dizem teia
para pior pió
para pó pó
para pedra pedra
para política dizem não gosto
e vão fazendo barracos
.
minha terra tinha palmeiras
onde cantavam os sabiás
meu neto nunca saberá
que o sabiá sabia assobiar
.
quero ser como o Bial
como o Galvão
como o Ronaldinho
como o Alemão
e
se sobrar um tempinho
quero até ser eu mesmo
mas com fama, mulher e milhão
VARAL VIRTUAL - JORGE REIN
fim de festa
são ostensivos os sinais do ocaso
as órbitas das taças
por exemplo
circunferências úmidas na memória da mesa
pegadas de planetas transparentes
em translação ao brinde em que congelam
cristal contra cristal cristalizando
a reciprocidade dos eclipses
por exemplo os despojos
da penúltima ceia despejados
no metal da travessa que reflete
inox inexorável
os estragos da fome
no mercado das artes
sitioplásticas
ou quem sabe a garrafa
vazia por exemplo
embriagada em titânicas ressacas
se deixa engravidar
pela fascinação abissal dos naufrágios
entre os mínimos icebergs
mergulhada
debalde nossas roupas
por exemplo
fingem fazer amor nas almofadas
peles sem habitantes
inadesanimadas
que um braço não se esgota numa manga
nem são meros botões
as genitálias
gentil aia da alcova em decadência
se por exemplo a imagem
do animal provisório que geramos
ficasse registrada na retina
dos lençóis que toda noite apagas
como fica a indelével figura do cadáver
entranhada na trama do sudário
mas os sinais da morte da magia
estão por toda parte
nós mesmos por exemplo
pairando sobre o leito em polvorosa
prisioneiros do fundo
dos olhos dos espelhos
somos outra vez dois
que nos contemplam
Jorge Rein
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
sábado, 15 de setembro de 2007
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Varal Virtual - Eloísa Roveda Tschoepke
Espiral
Moinho de lágrimas em pó
E punhos pautados
Segregam estupefação.
Em outro corpo complacente,
Lâminas de folhas finas e rígidas,
Desabitam ausências,
Indúcias do fogo como notação de pássaros
Em galhos aferentes.
No ritmo da espiral
Lágrimas
Punhos
Teclas Premidas
Compõem violência.
Eloísa Roveda Tschoepke (Grupo Cero)
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Produção e Organização do espaço:
Cristiane Cubas, Gerusa Marques e Lorenzo Ribas
27/09 QUINTA
16 horas Aberto a intervenções do público.
17 horas Aberto a intervenções do público.
18h - Malabares de Miriam Helfenstein e Guilherme Gonçalves (externo)
Aberto a intervenções do público.
19h - Grupo Cero lançamento de Livro.
Aberto a intervenções do público.
20h - Solos de Milena Dugacsek e Biba Meira
21 horas Aberto a intervenções do público.
Aberto a intervenções do público.
28/09 SEXTA
16 horas Aberto a intervenções do público
17 horas Aberto a intervenções do público.
18h - Malabares de Miriam Helfenstein e Guilherme Gonçalves (externo)
18h30min - Performance e recitação poética com Ruth Telles e Avelino Collet
Aberto a intervenções do público.
19h- Performance de Rodrigo Westeuser com poemas de Fernando Pessoa.
Aberto a intervenções do público.
19h30min – “Quem conta um conto” – Leitura de Contos
20h – Clownssicos com João Pedro Madureira e Larissa Sanguine
21h - Leo Schneider e Chico Bom
Falação de poemas e som
29/09 SÁBADO
16 horas Aberto a intervenções do público
16h30min- Leitura de poemas criados na Oficina: A linguagem do poeta e a síntese interior – Marilice Costi
17 horas
17h- Leitura de poemas com o grupo de recitação ParaLÊlos
Aberto a intervenções do público.
18h- Performance da atriz Viviana Schames leitura corporal de um poema
18h30min- João Antônio Pereira declamação de poemas
Aberto a intervenções do público.
19h - Grupo Cero com esquete
19h30min – Poesia Concreto (externo)
Projeção de poemas visuais no concreto de Diego Petrarca, Carla Laidens e Mauricio Chemello.
Aberto a intervenções do público.
20h- Apresentação de poesia sonora com Guilherme Floco Mendicelli
Aberto a intervenções do público.
21h - Fogo na Franja – Godoh, Caco e Vargas
Banda com som acústico
Exposições Permanentes:
Bienal B - paredes
Natália Bandeira (gravura) – mesas e varal
Luciano Thomé (desenho) – mesas e varal
Ana Mendes (fotografia) – projeção
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
VARAL VIRTUAL - ARIEL FIETZ DA SILVA
Eu não tenho vintém pro chá de mate,
Trago o bolso vazio como a barriga;
Não sei como alimentar a lombriga
Que ronca no estômago e se debate.
Mas na vida encontrei a mão amiga,
Alguém que o nó da fome me desate;
Quis me dar um bolo de chocolate
Em troca de um soneto, uma cantiga.
Te bendigo, colega, alma querida;
Feliz de quem o teu chazinho tome,
Bem digerida seja a tua comida.
A fome agora já não me consome;
Minha lombriga fica agradecida
E diz que nunca esquecerá teu nome!
VARAL VIRTUAL - ZÉ AUGUSTHO MARQUES
Eu quero um país
Cotidianamente
Simultaneamente
Sucessivamente
Fraticidamente
A cada livro
A cada selo
A cada remo
A cada memória
Chegada pela
Multiplicidade
De pássaros
Que andam pelo
Mundo mais livre
Que eu quero ter!
Eu quero um país
A cada vôo companheiro
de asas e timoneiros
que eu nunca vi.
Eu quero um país
Com mais praças
E domingos...
Poesia nº 2
Vou salvar
Tudo o que quero salvar
Já foi dito
Ao vento de invento
Dos livros que eu li
Mas o que eu mesmo
Vou salvar urgente
Está nesta enchente
De esperança e de grito!
Poesia nº 3
Vamos correndo – vem correndo
Enquanto há tempo no tempo
De impedir o esgoto
Com seu mau cheiro nojento
De espalhar a mistura
Com cacaca e fermento
Que dói na água
E se espalha ao vento
Vamos salvar a alegria
Com as palavras de dentro
No coração da barca
Do dilúvio e fantasia...
VARAL VIRTUAL - ROSANE SCHERER
Num mesmo dia não se pode construir um barco.
Nem mesmo atravessar o oceano.
Os alicerces brotam a princípio
Depois de pronta a carcaça, erguerá o mastro,
Retocará os acabamentos e partirá em busca da sabedoria...
Passarás horas... dias... meses... anos navegando.
Guardarás contigo de toda a aprendizagem.
Saberás seguir os rumos encontrados
E pintarás de cores alegres
Para que possas viajar em plena harmonia.
Conduzirás teu barco, construído por ti,
Porque sabes onde ficam seus detalhes e seus segredos
Serás o rei da tripulação. De ti partirão as leis e seus princípios,
Que aprenderás navegando.
E só chegarás a teu destino se a luta for verdadeira em ti mesmo,
Pois só os fortes podem atravessar o oceano sem naufragar.
NÃO FIQUE CALADO – PROTESTE!
Eu não quero mais ... Ficar calada
ficar parada nas filas intermináveis dos bancos
Eu não quero mais
violência, banalidade, crueldade
Eu não quero mais
gasolina adulterada no meu carro
Eu não quero mais
a corrupção em meu país
Eu não quero mais
a impunidade dos corruptos e bandidos
Eu não quero mais
Os Direitos Humanos defendendo os bandidos
e deixando a sociedade abandonada
Eu não quero mais
Que matem as pessoas neste descaso incompreensível
Eu não quero mais
que os salários dos servidores sejam parcelados
Eu não quero mais
Ver o povo calado, sem reclamar
Eu não quero mais
Ver meu país se afundar nesta lama
Eu não quero mais
políticos corruptos, inescrepulosos e falsos
Eu não quero mais
Impostos absurdos, sem uso digno, sem causa
Eu não quero mais
A falta de valores, de ética, de verdade
Eu não quero mais
ouvir mentiras de gente abusada,
ver atitudes estúpidas enganando as pessoas
Eu não quero mais
Ver propagandas absurdas lavando o cérebro do povo
Eu não quero mais
O lixo tóxico, a derrubada das nossas matas, a poluição
Eu não quero mais
o desperdício de água limpa, a sujeira nas ruas
Eu não quero mais
mendigos e meninos abandonados, sem casa, sem teto, sem perspectiva
Eu não quero mais
A falta de educação, de cultura, de saúde
Eu não quero mais
A falta de vergonha na cara, desses governantes covardes e estúpidos
Eu não quero mais!!!
E você?
Vai ficar calado, com essa dor no peito, esta sensação de impotência?
Vai ficar calado diante deste caos, diante desta falta de respeito
para com os nossos direitos, para com os valores, para com a nossa vida?
Pare. Pense. Tome Uma Atitude!
Tome Coragem e Mude Esta Palhaçada Toda...
Ou Você Será Mais Um Palhaço
Para Que Eles Possam Rir Da Tua Cara...