terça-feira, 5 de junho de 2007

Extrato da obra Cobra Norato

Um dia/ ainda eu hei de morar nas terras do sem-fim.// Vou andando, caminhando, caminhando;/ me misturo rio ventre do mato, mordendo raízes./ Depois/ faço puçanga de flor de tajá de lagoa/ e mando chamar a Cobra Norato.// — Quero contar-te uma história:/ Vamos passear naquelas ilhas decotadas?/ Faz de conta que há luar.// A noite chega mansinho./ Estrelas conversam em voz baixa.// O mato já se vestiu./ Brinco então de amarrar uma fita no pescoço/ e estrangulo a cobra.// Agora, sim,/ me enfio nessa pele de seda elástica/ e saio a correr mundo:// Vou visitar a rainha Luzia./ Quero me casar com sua filha.// — Então você tem que apagar os olhos primeiro./ O sono desceu devagar pelas pálpebras pesadas./ Um chão de lama rouba a força dos meus passos.// II. Começa agora a floresta cifrada...

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